sábado, 27 de março de 2010

Borboleta

Não tenho a certeza quando me apercebi de que nada disto é fixo, inquebrável, incontornável. Julgo que esta nova visão surgiu em sequência de um filme que vi uma vez. Para ser honesta não me lembro do nome do filme, nem do nome dos protagonistas mas sei que um deles me era familiar, já o tinha visto num outro filme a interpretar uma outra personagem de que também não me recordo. Tinha algo a ver com matemática e uma borboleta muito especial…
Suponho que esta minha consciência e memória adormecidas deveriam ser frustrantes e irritantes, mas não é nada disso: aprendi a viver com os meus defeitos… Afinal de contas… As pessoas não mudam.
O que quero dizer é que a sensação de pertencer a uma roleta russa é muito entusiasmante! Nunca saber o que vem a seguir, não saber o dia de amanhã, não saber o que vai acontecer daqui a 2 horas… Não vejo melhor maneira de aproveitar o presente, esquecer o passado, deixar por planear o futuro implaneável… É entusiasmante a ideia de que podemos fazer qualquer coisa que vai afectar irreversivelmente o rumo da nossa vida – não que isso seja importante; o importante é o presente. É também entusiasmante a ideia de que não há ‘ um amigão no andar de cima ’ que está a observar-nos constantemente – quer dizer, deve ser um pouco intimidante em certas… actividades… o facto de estarmos a ser vigiados – que realmente se importa se estamos vivos ou mortos, se estamos felizes ou tristes, se estamos com fome ou cheios, se estamos a desperdiçar água ou a morrer desidratados (…).
Não tenho a certeza quando me apercebi de que nada disto é fixo, inquebrável, incontornável. Julgo que apenas acredito que há uma certa borboleta que sempre que bate as suas asas provoca um furacão no outro lado do mundo. E julgo também, aliás, até tenho a certeza de que esta é a minha metáfora favorita de todos os tempos.

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